sábado, 30 de julho de 2016

ESTRATÉGIAS DE CÁLCULO COM JOGOS MATEMÁTICOS

Com jogos de dados, boliche e de argolas, os alunos da professora Luciane Ribeiro, da EMEF Professor Raimundinho, em Marabá, no Pará, aprenderam mais sobre as estratégias de cálculo, os números e as operações, como adição, subtração e multiplicação

Uma radiografia do que a turma sabe: Luciane propôs algumas situações problemas para levantar o que seus alunos do 4º ano sabiam. O resultado foi que a maior parte deles tinha dificuldades com operações matemáticas básicas, alguns sequer relacionavam os números à quantidade correspondente. 


Aprender para ensinar: com o objetivo de superar essas dificuldades, Luciane elaborou uma sequência didática utilizando o contexto dos jogos. Para fazer isso, ela aproveitou as leituras e discussões realizadas nos encontros do Grupo de Estudo Pedagógico Aperfeiçoando o Conhecimento (Gepac), instituído na escola em 2009.


Jogo de dados: foi o primeiro a ser trabalhado em sala. As crianças registravam a pontuação obtida e calculavam quantos faltavam para obter 10 pontos ou quanto o resultado já havia ultrapassado esse valor. É fundamental prever algumas aulas para a turma se apropriar das regras e estratégias envolvidas.


Jogo do boliche: com esse jogo, a turma explorou a multiplicação, a tabuada e a representação de expressões numéricas. A professora atribuiu diferentes pontos às cores das garrafas, que variavam de acordo com as dificuldades que os alunos precisavam superar.


Jogo das argolas: possibilitou que os estudantes fizessem cálculos com números maiores. Assim como no jogo do boliche, essa atividade também proporcionou que a turma ampliasse seus conhecimentos sobre as expressões numéricas e a multiplicação.


Registro dos resultados: em cada jogo, a turma teve que registrar por escrito a pontuação obtida em cada jogada além de calcular o resultado final para ver quem ganhou. Eles discutiram coletivamente sobre quais foram os cálculos mais fáceis e os mais difíceis.


Intervenção da professora: enquanto a turma jogava, Luciane passava entre as duplas para ajudar as crianças a lembrar das regras do jogo. Em alguns momentos, eles tiveram que explicar à professora e aos colegas qual foi a estratégia utilizada para resolver o cálculo.


Resolução de situações problemas: depois que todos já sabiam jogar dados, boliche e argolas, a professora propôs diferentes situações problemas envolvendo o contexto dos jogos para serem resolvidos individualmente, em grupos e duplas. Os alunos com conhecimentos próximos trabalharam, juntos.


Desafios para o colega resolver: No passo seguinte, cada aluno teve de elaborar situações problemas utilizando o contexto dos jogos para que um colega resolvesse. Enquanto produziam os enunciados, a professora alertava que é preciso garantir que o texto traga todas as informações necessárias para que o outro possa solucionar a atividade. 


Novo diagnóstico para ver os avanços e desafios: Para encerrar a sequência, a professora repetiu o diagnóstico inicial para ver o quanto a turma evoluiu. Os avanços foram grandes. Alguns alunos ainda precisam avançar. Mas todos passaram a resolver desafios do campo aditivo com maior domínio e também começaram a usar a multiplicação como estratégia.


Formação em serviço: Ao finalizar a sequência, Luciane compartilhou com os demais professores da escola a sequência sobre cálculos no contexto dos jogos e os resultados obtidos. O debate resultou em uma análise crítica, onde todos destacaram as atividades e intervenções que mais gostaram e aquelas que poderiam ser aprimoradas. 


Fonte: http://novaescola.org.br/fundamental-1/galeria-matematica-como-trabalhar-estategias-calculo-jogos-matematicos-731029.shtml?utm_source=tag_novaescola&utm_medium=facebook&utm_campaign=mat%C3%A9ria&utm_content=link#ad-image-2 

quinta-feira, 28 de julho de 2016

COMO USAR O WHATSAPP NA ESCOLA


O WhatsApp tem sido cada vez mais adotado como uma versátil ferramenta de comunicação nas escolas – não tinha como ser diferente, afinal, só no Brasil, o aplicativo contabiliza mais de 100 milhões de usuários!

Pensando nisso, reuni algumas das possibilidades de bom uso da ferramenta na escola:

Facilitar o compartilhamento entre a equipe: os grupos criados dentro do aplicativo permitem que os professores troquem experiências sobre sua prática pedagógica e indicações de materiais didáticos, atividades, livros, entre outros.

- Aproximar os pais da rotina escolar dos filhos: a ferramenta pode ser usada para enviar recados (escritos ou gravados), informações de eventos, agenda de atividades, comunicados, fotos, dicas de estudo e relatórios de desempenho escolar dos alunos.

- Disponibilizar conteúdos e atividades extras para os alunos: como um Ambiente Virtual de Aprendizagem, na perspectiva do mobile learning, o WhatsApp possibilita a disponibilização de conteúdos no formato de áudio e vídeo, como podcasts e vídeo-aulas, e a criação de fóruns de discussão e plantão de dúvidas.

A equipe de reportagem da Nova Escola foi atrás de casos reais de escolas e professores que conseguiram colocar em prática essas ideias.

Um dos exemplos é de Wagner Soeiro, é professor de Geografia na EM Darcy Ribeiro, em uma escola pública de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Ele criou um grupo para cada classe e usa o aplicativo para tirar dúvidas sobre a disciplina e compartilhar as tarefas de casa. Mensagens com gírias típicas das mensagens virtuais e repostas em áudio são permitidas. O importante é saber se o aluno aprendeu o conteúdo. Esporadicamente, ele ainda envia desafios para os grupos, estimulando que se aprofundem em determinados temas. “Com a facilidade de contato, aumentamos o número de alunos que entregam suas tarefas e trabalhos”, conta. Afinal, as desculpas de que não sabiam que tinham lição ou que esqueceram a data de entrega acabaram, já que com o aplicativo, é possível saber se uma pessoa recebeu a mensagem e se a leu.

Outra possibilidade foi encontrada pela equipe do Colégio Padre Ovídio, em Feira de Santana, na Bahia. Por lá, eles aproximaram o contato com os pais por meio do aplicativo. Quando a garotada tem alguma excursão para fazer, a equipe gestora cria um grupo e, assim, envia informes sobre a saída a campo, os objetivos do passeio e, no dia, fotos da turma. A ideia, segundo a coordenadora Paula Costa, era deixar as famílias mais seguras em relação às atividades externas e mostrar para elas as experiências vivenciadas pelos seus filhos. “Os pais elogiaram a iniciativa”, afirma.

Os relatos mostram que é possível desenvolver tais ações na prática e que elas resultam em benefícios para todas as partes. Mas não custa lembrar que o WhatsApp é apenas mais um recurso e não um fim em si mesmo. Apesar de todos as facilidades e possibilidades que o aplicativo oferece, não é sempre que uma conversa olho no olho pode ser substituída, não é mesmo?

Para encerrar, vale dizer que, independentemente da proposta, é sempre importante usar o recurso de forma criteriosa, ética, respeitosa e jamais compartilhar quaiquer conteúdos que violem a privacidade ou que sejam ofensivos. Agora, conte-nos se e como o aplicativo tem sido usado na sua escola e divida conosco suas sugestões!

Fonte: http://novaescola.org.br/blogs/tecnologia-educacao/2016/07/26/whtasapp-na-escola/?utm_source=tag_novaescola&utm_medium=facebook&utm_campaign=mat%C3%A9ria&utm_content=link

quarta-feira, 20 de julho de 2016

PLANO DE AULA: UMA VIAGEM PELOS SENTIDOS

Olá, pessoal! Tudo na maior belezura? 

O post de hoje é um plano de aula sobre os sentidos.

Material necessário: Reportagens de jornais ou revistas e livros bem ilustrados sobre os sistemas do corpo humano, meia cartolina por aluno, caneta, lápis, canetinhas coloridas, fita dupla face, dez pedaços de tecido escuro (que serão usados como vendas para os olhos dos estudantes), kit para teste do paladar (alimentos variados e preferencialmente pastosos com sabor doce, salgado, azedo e amargo, além de pazinhas de sorvete), kit para teste do olfato (álcool, desinfetante, perfume, pasta de dentes, terra molhada e água), kit para teste do tato (metal, madeira, gelo, plástico, vidro e recipiente com água quente) e kit para teste da visão (copos de vidro contendo água, álcool, água mais açúcar, água mais sal e água mais suco de limão).
 
Desenvolvimento: 1ª etapa
 
  
Comece perguntando aos alunos o que eles sabem sobre o corpo humano. Ouça-os e, assim que terminarem, faça algumas perguntas: "Por que algumas pessoas espirram ao olhar para o Sol? Por que precisamos tomar água? Como conseguimos ouvir mais de um som ao mesmo tempo? É verdade que não sentimos o gosto de um remédio quando tampamos o nariz?". Para responder, as crianças farão pesquisas em casa, com a ajuda dos pais. Você deve indicar sites confiáveis. Essas questões levarão os alunos a investigar e constatar que, embora os sistemas do corpo sejam abordados individualmente nos livros, eles estão interligados.

2ª etapa: Baseando-se nas respostas pesquisadas pelos alunos, abra uma discussão que esclareça todas as dúvidas. Peça que tragam para a etapa seguinte livros, revistas e tudo mais que encontrarem sobre os sistemas do corpo - com muitas fotos e ilustrações.

3ª etapa: Com todo o material disponível, selecione os melhores e junte-os ao material separado por você. Em seguida, conte uma história que envolva os sistemas do corpo, usando as fotos e ilustrações reunidas para exemplificar o que está sendo contado. Finalize a etapa explicando que os sentidos nos conectam ao ambiente e levam informações para os nossos sistemas.
 
4ª etapa: Leve para a sala o kit paladar. Vende os olhos de alguns alunos voluntários e peça que identifiquem qual é o alimento provado. Coloque em discussão: "Como eles conseguiram identificar os sabores e quais sistemas foram usados para fazer essa identificação?".

5ª etapa: Os alunos que participarem desta etapa devem entrar na sala de olhos vendados. Aproxime os líquidos do kit olfato do nariz de cada um. Em seguida, pergunte para a turma: "Por que eles não precisaram da visão para identificar certos cheiros?". Explore os conceitos de memória olfativa e sistema nervoso.

6ª etapa: Nesse momento da atividade, todos os alunos podem participar. Os copos com os líquidos do kit visão devem estar dispostos lado a lado, numerados de um a cinco, e os alunos devem manter uma distância que não permita sentir o cheiro das substâncias (para não interferir no resultado). Coloque no quadro, em ordem invertida, as substâncias presentes nos copos. No caderno, as crianças terão de colocá-las na ordem certa utilizando apenas o sentido da visão. Depois, cinco voluntários vão se aproximar e tentar descobrir o que é cada substância usando apenas o olfato. Se não conseguirem, permita que experimentem o sabor (exceto o do álcool). Converse com a turma sobre a importância da relação entre os sentidos e como um ajuda o outro a interpretar o ambiente.
 
7ª etapa: Vende os olhos de seis alunos. Com a ajuda de mais seis colegas, solicite que passem um objeto do kit tato no antebraço de um amigo vendado. A maioria não conseguirá acertar o que é. A última chance será pegando o objeto nas mãos. O aluno deve descrever a experiência e explicar por que é mais fácil identificar os objetos com as mãos.
 
8ª etapa: Peça que os alunos registrem o que aprenderam. Cada um deve receber meia cartolina para escrever o que mais gostou sobre o tema e formular uma pergunta, assinar seu registro e pendurá-lo em algum lugar da escola.

Produto final: Registro dos alunos.


Avaliação: O depoimento será o alvo principal da avaliação, já que retratará todo conhecimento que o aluno adquiriu durante o processo. É importante avaliar a participação e o interesse durante as vivências.
 
Flexibilização: Para trabalhar com alunos com deficiência auditiva (que faz leitura labial e está em processo de alfabetização), amplie o objetivo para que ele perceba que, na falta de um dos sentidos, os outros tendem a se desenvolver mais. Na 1ª etapa, junto com as perguntas, encaminhe aos pais um bilhete esclarecendo os objetivos da pesquisa.
 
Na segunda etapa, posicione o aluno de modo que ele possa ver todos e peça que as outras crianças falem voltadas para ele.

Na terceira etapa, recomendam-se os mesmos procedimentos da etapa anterior.


Durante as etapas 4, 5, 6 e 7, converse com a turma sobre como vivem e se desenvolvem as pessoas que não têm determinado sentido.


Deficiências: Auditiva
 
Fonte: http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/uma-viagem-pelos-sentidos

quinta-feira, 14 de julho de 2016

PLANO DE AULA CONTRA O PRECONCEITO



Atividade 1: Reúna a turma em círculo e leia histórias que tratem da diversidade e valorizem o respeito à diferença. Peça que todos comentem. A roda de conversa pode ser aproveitada para debater eventuais conflitos gerados por preconceitos.

Atividade 2: Realize uma oficina de bonecos negros, brancos, índios, japoneses, deficientes. Ofereça o material necessário. Depois de prontos, deixe-os à disposição na sala para as brincadeiras ou organize um revezamento para que as crianças possam levá-los para casa. Os pequenos criam laços com esses objetos e se reconhecem neles.

Atividade 3: Um dos problemas enfrentados pelas crianças negras é relacionado aos cabelos. Não é difícil ouvir algumas falando que gostariam de tê-los lisos. Mexer nos cabelos e trocar carinho é uma forma de cuidar delas., romper possíveis barreiras de preconceitos e aprender que não existe cabelo ruim, só estilos diferentes. Ofereça revistas e peça para que cada um recorte e cole os tipos de cabelo que encontrarem. Depois, sugira que a turma desenhe em uma folha os diferentes tipos de cabelo (cor, textura, tamanho).

Atividade 4: Peça pesquisas sobre a história de alimentos e músicas de diversas origens. Planeje momentos de degustação e de escuta. As aulas de culinária são momentos ricos para reforçar heranças culturais dos vários grupos que compõem a sociedade brasileira. Conhecer músicas em diferentes idiomas línguas é um bom caminho para estimular o respeito pelos diversos grupos humanos. Isso se aplica a todas as formas de arte.

Avaliação: Observe em brincadeiras e falas se as crianças aceitam bem a diversidade e se todos valorizam suas origens e autoimagem.

Fonte: http://www.soescola.com/2016/07/contra-o-preconceito-plano-de-aula.html

terça-feira, 12 de julho de 2016

LEITURA E ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Aos 4 e 5 anos, os pequenos estão cercados por textos e têm muitas ideias sobre a língua escrita. Conheça 6 condições didáticas para fazê-los avançar.

Mensagens, palavras, frases, textos. Compreender e ser compreendido por meio da escrita. Eis a magia do ler e escrever. Porém, a melhor época para se iniciar no mundo das letras tem sido um tabu ao longo dos anos. Na escola pública, defende-se que essa prática é séria demais para a Educação Infantil, muito escolar para os pequenos que merecem exercer seu direito de brincar. O inverso acontece nas instituições particulares, que defendem a alfabetização nessa faixa etária. Mas, entre a proibição e a obrigação, existe uma criança que explora o mundo da escrita e pensa ativamente sobre ela. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil orientam a "articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural". A verdade é que, desde muito novas, elas têm acesso à linguagem escrita em seu dia a dia e, aos 4 e 5 anos, estão em plena fase de investigação desse objeto da cultura, inclusive nos suportes digitais. Exploram o teclado do computador, veem o bilhete à mão preso na geladeira, reconhecem os produtos na prateleira do supermercado, os nomes dos programas na televisão e as placas de sinalização. A escrita está por toda parte. Postergar a interação com ela não é uma boa opção. 

No texto O Ensino e a Aprendizagem da Alfabetização: uma Perspectiva Psicológica, de 2002, a pesquisadora argentina Ana Teberosky e a espanhola Isabel Solé esclarecem que, nos últimos 30 anos, o avanço mais significativo na área foi reconhecer que as hipóteses sobre a linguagem escrita de crianças entre 3 e 5 anos fazem parte do processo de alfabetização inicial. Essa conclusão se choca com a visão de que a pré-escola é apenas uma etapa preparatória do Ensino Fundamental, que privilegia treinamentos mecânicos como o desenho das letras, atividades de coordenação visomotora e exercícios de cópia. Essas práticas compartimentam a escrita e ignoram a qualidade da comunicação que se estabelece por meio dela. Dividir a linguagem em etapas de pré- alfabetização, alfabetização e pós-alfabetização é negar que existe um processo contínuo de aprendizagem. Para favorecer o desenvolvimento dos pequenos, vale a pena ensinar a usar as letras em situações reais de leitura e escrita, propiciar momentos de reflexão sobre elas, conversar sobre suas denominações e promover a relação com palavras e partes de palavras conhecidas, como os nomes de amigos e parentes ou os títulos de histórias.

Para explorar os textos na pré-escola
Desse modo, cabe ao educador atuar para democratizar o acesso ao mundo da escrita, que ainda se apresenta com desigualdade para crianças de classes sociais distintas, e ser um interlocutor inteligente dessa aprendizagem, promovendo um ambiente alfabetizador. "O professor deve dar todas as condições para que a sala pense sobre como se escreve, para que se escreve e quem escreve", explica Silvana Augusto, formadora do Instituto Avisalá. As reflexões devem levar em conta as relações entre os elementos da linguagem verbal, pois é nessas relações que eles encontram significado e não em partes isoladas, como as letras. Por isso, é importante que os pequenos tenham acesso a uma diversidade de materiais escritos, ouçam a leitura de diferentes gêneros textuais, tenham oportunidade de escrever segundo suas ideias, interpretem o escrito por meio do contexto e produzam textos ditados ao docente.  

Além de inseri-las nas práticas reais de linguagem, é essencial que se compreenda a forma própria que as crianças têm de construir conhecimento sobre a escrita, conforme já demonstrado em pesquisas desde o início da década de 1980. "Quando escrevem, elas colocam em jogo tudo o que conhecem, expondo suas ideias, compartilhando-as com outros escritores, como colegas e professores, e evoluindo", afirma a especialista argentina Claudia Molinari. Ou seja, somente pensar sobre o contexto não é suficiente, devem ter a chance de escrever. "Quando dizemos: escreva do seu jeito, escreva o melhor que pode, estamos dando à criança a liberdade de se expressar da forma que sabe e de acordo com as suas capacidades no momento", explica Regina Scarpa, coordenadora pedagógica da Fundação Victor Civita no texto O Conhecimento de Pré-escolares sobre a Escrita: Impactos de Propostas Didáticas Diferentes em Regiões Vulneráveis.

De acordo com Regina, que observou quatro turmas de Educação Infantil para sua tese de doutorado, existem situações didáticas que impulsionam essa aprendizagem. O trabalho com nome próprio - a primeira palavra com significado para a criança - fornece um conjunto básico de letras que cada um usará para compor outras palavras. Quando se promove a escrita, a interpretação e a revisão da própria escrita, a criança começa a estabelecer relações com o que quis dizer e o que escreveu. Na produção de texto coletivo, com o educador atuando como escriba, os pequenos pensam no que desejam comunicar e estabelecem diferenças entre o registro oral e o escrito. Além disso, a organização de sala em duplas ou subgrupos com acesso a fontes de informações favorece as trocas produtivas e amplia consideravelmente o repertório dos pequenos.  

Todas essas situações devem ser elaboradas levando em conta o ponto de vista da criança pequena, para quem não há distinção entre aprender e jogar. Você verá que todos vão avançar na compreensão do sistema alfabético, sem a obrigação de chegar a uma escrita convencional. Nas páginas seguintes, conheça exemplos de como garantir que eles desbravem esse universo.

Conheça atividades para os pequenos desenvolverem seus conhecimentos no mundo letrado:

1) Garantir a leitura e a escrita do nome próprio e dos colegas


Na CEI Cachinhos de Ouro, em Joinville, a 176 quilômetros de Florianópolis, Vanessa dos Santos Araújo faz questão que sua turma, de 4 anos, aprenda a escrever o nome próprio e o de alguns colegas. Há vários momentos de reflexão na rotina: "Durante a chamada, procuramos comparar os nomes de cada um". Fichas identificam os materiais pessoais e são usadas para eleger o ajudante do dia. Uma das meninas olhou para o nome sorteado e anunciou: "É a Isabela!". Quando questionada sobre como tinha chegado àquela conclusão, a pequena disse que começava com "I" e terminava com "A", observação comum nessa faixa etária e que pode ser explorada para fazer comparação entre nomes. Assim, a criança passa a refletir sobre quantidade e sequência de letras. Para aprofundar a reflexão, os pequenos escreveram com letras móveis e, muitas vezes, usavam as fichas da chamada como referência.
Por que é importante? O nome próprio exprime a diferença e a identidade de cada um. Quando pensamos em uma aprendizagem da linguagem escrita que enxerga a criança como protagonista, é natural utilizar o que a define em primeira instância. No ambiente escolar, o nome serve para marcar os objetos de uso pessoal. Além disso, costuma ser a primeira forma de escrita estável dotada de significado para os pequenos. A leitura e a escrita do próprio nome e dos colegas é um excelente ponto de partida para refletir sobre o sistema de escrita.

Atenção! Se a ideia é que a criança reflita sobre a escrita do nome, suas letras iniciais e finais, a presença de fotografias e desenhos pode desviar a atenção e servir como identificador, subutilizando a escrita.

2) Dar oportunidade para escrever, interpretar e rever


A professora Maria Aparecida Gonçalves da Cruz, da EM Virgilio Pedreira, em Tapiramutá, a 350 quilômetros de Salvador, propôs situações interessantes para crianças de 5 anos. Após uma pesquisa sobre insetos, elas confeccionaram um jogo da memória. Para começar, foi feita uma votação para eleger quais animais, entre aqueles sugeridos pelos pequenos, estariam no jogo. Foram escolhidos seis, como formiga, borboleta e joaninha. Então, a professora deu uma cartela de cada inseto para que as crianças escrevessem individualmente como quisessem. Um menino escreveu BLT para borboleta. No dia seguinte, foi distribuída a segunda cartela para escrita dos insetos. O mesmo garoto escreveu BLTA. Em seguida, a docente entregou as duas fichas para cada criança e pediu que comparassem e lessem o que escreveram. "Está faltando o ‘A’ nesse", disse ele, que quis modificar a escrita da primeira ficha. Ao pedir que relesse, apontou com o dedinho e leu: "Borboleta. Está bom, professora".
Por que é importante? Ler o que se escreveu, com a oportunidade de alterar o escrito, permite que os pequenos percebam problemas na escrita que só aparecem claramente na revisão. Ao comparar a maneira como escreveram a mesma palavra em dois momentos, recorrem a o que os levou a cada uma das formas de escrita e, às vezes, conseguem uma terceira opção, sem a obrigação de chegar à escrita convencional.

Atenção! Lembre-se de que as crianças constroem a ideia de que para se escrever alguma coisa é preciso de, no mínimo, três letras. Então, a escrita de dissílabos e monossílabos pode ser fonte de conflitos.

3) Promover a produção de textos coletivos


No Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae), da Universidade Federal de Goiás (UFG), a turma de 4 anos da professora Adriana Ramos estava empolgada com o faz de conta que realizaria: um salão de beleza. As crianças decidiram convidar os colegas da sala ao lado. "A gente pode fazer um convite igual de aniversário", sugeriram. Em seguida, passaram a ditar o conteúdo e, com base nas intervenções da educadora, inseriram informações essenciais e chamarizes para os amigos. Já na EMEI Professora Marianita de Oliveira Pereira Santos, em São José dos Campos, a 94 quilômetros de São Paulo, Zenilda Ângela D’Almeida Teles propôs a leitura de gibis, mas não havia exemplares em sala. "Eu tenho em casa", disseram os pequenos. Então, a professora orientou que eles ditassem um bilhete solicitando aos pais que emprestassem os gibis para ser usados na escola.
Por que é importante? Ao ditar um texto e revê-lo, com base nas intervenções do professor, a turma tem a oportunidade de pensar sobre as diferenças entre o registro oral e o escrito. Também observa durante essa atividade como se dá a organização da linguagem. "O que eu quero dizer?", "Para quem estou escrevendo?", "Como transmitir essa mensagem?". Tais perguntas e o próprio processo de revisão fazem parte do comportamento escritor ao qual as crianças estão se aproximando, antes mesmo de saberem escrever de forma convencional.

Atenção! O objetivo não é que os pequenos conversem sobre o que precisa ser escrito, e sim que produzam e ditem o texto ao professor. Assim, aprendem a diferenciar conversação e comentário de textualização.

4) Realizar propostas diferentes em duplas ou grupos


No Colégio Termomecânica, em São Bernardo do Campo, região metropolitana de São Paulo, a professora Margarete Alves Molgora trabalha com uma turma bastante heterogênea, apesar de todos terem 5 anos. Por isso, ela propôs desafios diferenciados durante a atividade de escrita sobre o livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll (1832-1898). Após a leitura do clássico literário, as crianças foram divididas em duplas, de maneira a trabalhar junto com outras que tivessem hipóteses de escrita próximas. Assim, cada uma teve aproveitada toda a sua capacidade e se sentiu estimulada a escrever sobre a mesma temática. Uma parte da sala registrou no caderno o início da história, outro grupo foi desafiado a criar legendas descrevendo as características dos personagens e um terceiro elaborou uma lista das pessoas e dos animais presentes no livro. "Fui intervindo em cada grupinho conforme os questionamentos e as ideias apresentadas pelos pequenos", comenta a docente.
Por que é importante? Serem expostas a desafios adequados a sua hipótese de escrita faz com que as crianças se motivem a investigar. Trabalhando em duplas ou grupos com ideias próximas às delas, terão a oportunidade de defender posições e ouvir as dos companheiros, desenvolvendo novas estratégias para solucionar as questões típicas do uso da linguagem. Desse modo, meninos e meninas progridem na aprendizagem.

Atenção! As crianças já alfabéticas precisam de outros tipos de desafio para que avancem. Por isso, a necessidade de atividades diferenciadas em relação aos que ainda não construíram a base alfabética.

5) Incentivar leituras com contexto verbal ou material


Após ler algumas das historinhas da Turma da Mônica, de Maurício de Sousa, a educadora Zenilda mostrou uma lista de personagens do escritor à turma de 5 anos e anunciou: "Aqui temos alguns dos nomes dos personagens dos gibis que lemos. Vamos identificá-los?". Zenilda notou que os meninos e as meninas se apoiavam no tamanho da palavra e nas letras finais e iniciais. "Esse é a Magali porque termina com ‘I’", disse uma das crianças. Já na turma da professora Patrícia Schulze, da CEI Cachinhos de Ouro, os pequenos faziam um trabalho com receitas quando usaram um catálogo de supermercado. Após selecionar os produtos necessários, a docente mostrou as embalagens e questionou onde aparecia o nome do ingrediente. "Um deles apontou para a marca e disse que estava escrito leite", comenta. Ela perguntou com que letra começa "leite" e ajudou o garoto na exploração do rótulo.
Por que é importante? Informações dadas pelo docente sobre o que está escrito e indagando onde é um exemplo de contexto verbal. Outras vezes, as características do próprio material, como fotos e ilustrações, fornecem um contexto que permite à criança tentar interpretar o que está escrito. Ela utiliza estratégias tais como antecipar o significado com base em conhecimentos prévios e reconhecer índices gráficos, como as partes de palavras conhecidas. Os pequenos também podem ler textos que já sabem de memória fazendo o ajuste do falado para o texto escrito.

Atenção! Deixar que as crianças fiquem sozinhas diante das letras e apresentar desafios de leitura sem contextos facilitadores leva à decifração. Dessa forma, elas soletram e não chegam ao significado do escrito.

6) Remeter a fontes de informação disponíveis na sala de aula



Na turma da professora Zenilda, meninos e meninas têm livre acesso ao alfabeto e a letras móveis para ser consultados e manuseados quando necessário. Já os pequenos orientados por Margarete são assíduos frequentadores da biblioteca e da sala de informática: ambos espaços são utilizados para leitura de textos informativos, em momentos de pesquisa, e para a leitura de outros gêneros. A educadora Vanessa faz questão de que os materiais de trabalho e pessoais das crianças sejam identificados com o nome próprio. A turma da docente Adriana pode folhear tranquilamente os livros e explorá-los da forma como desejar. Na sala de Maria Aparecida, os pequenos emprestam livros da escola, as levam para ler em casa com a ajuda dos pais e no dia seguinte compartilham com os colegas o título do livro, autor, a história e a sua opinião sobre ele. A linguagem escrita está acessível a todo instante.
Por que é importante? Os textos utilizados em sala de aula são referências para a reflexão da criança sobre a linguagem escrita. Vale a pena expor em local bem visível uma lista contendo os nomes de todos da turma, o alfabeto, os cartazes com canções e parlendas conhecidas ou com os títulos das histórias já lidas pela classe, contendo o registro do trabalho realizado. Esses materiais constituem-se em fontes de informação para a turma em diversos momento da rotina e ajudam de forma adequada ao processo contínuo de aprendizagem da leitura e da escrita.

Atenção! O ambiente alfabetizador não se constitui apenas na colocação de cartazes em sala de aula, mas nas práticas de leitura e escrita em torno dos mesmos. Sem intervenções, eles se tornam meros enfeites.

Fonte: http://novaescola.org.br/creche-pre-escola/leitura-escrita-pre-escola-educacao-infantil-alfabetizacao-820073.shtml?page=3
 

segunda-feira, 11 de julho de 2016

MATEMÁTICA: CÁLCULOS COM BOLICHE, DADOS E ARGOLAS



Objetivo: 

- Construção e ampliação de um repertório de cálculos memorizados.
- Elaboração de procedimentos de cálculo mental.
- Resolução e elaboração de problemas a partir de contextos de jogo.

Conteúdo: 

- Cálculo mental de adições e multiplicações.
- Resolução de problemas.

 Ano: 2º e 3º

Tempo estimado: Em torno de 15 aulas.
Material necessário: Dados, argolas, garrafas pet, cartolina, papel sulfite, etiquetas e fita colante para a confecção dos jogos e tabelas de resultados.
Desenvolvimento
1ª etapa: Introdução
Nessa etapa, o objetivo é verificar quais cálculos os alunos já resolvem com autonomia e quais ainda não. Para isso, organize uma avaliação diagnóstica em que apareçam cálculos como adições cujo resultado seja igual a dez (1+9, 2+8, 3+7, 4+6,5+5), de números de um algarismo (8+3, 6+7 etc.), adições de parcelas iguais (5+5, 4+4, etc.), de números redondos ou terminados em cinco (20+20, 30+60, 25+25, 45+15 etc.) e outros terminados em diferentes unidades (63+15 etc.). Ao orientar a classe para a realização dessa atividade, peça que cada um registre, ao final da avaliação, quais cálculos eles já sabiam o resultado, quais foi possível calcular mentalmente e quais foi preciso fazer uso do cálculo escrito (seja por meio de estratégias pessoais ou do algoritmo). Explique para a turma que é importante realizar a atividade individualmente para que possa conhecer bem o que cada um já sabe sobre cálculos de adição e, assim, propor boas atividades para todos.

Sempre que apresentar um novo jogo, distribua uma cópia da regra para cada um e leia conjuntamente com a turma.

Dados:
Regra do Jogo de Dados - Melhor de 5: Lance dois dados ao mesmo tempo, some o resultado obtido e o anote em uma folha avulsa. Após cinco rodadas, compare o resultado final com o de seu colega. Ganha quem tiver a maior pontuação.
Há uma grande variedade de jogos de dados. Por isso, é preciso escolher qual versão será usada em função das necessidades da turma. Por exemplo, se você tiver alunos que ainda não tenham memorizado os resultados das adições de números de um algarismo (1+1, 2+2, 2+1, 3+5, 6+4, etc.) é interessante propor o jogo de dados, como por exemplo o "Melhor de 5", que pode ser realizado em duplas ou trios.

Boliche:
Regra do Jogo de Boliche: Cada garrafa possui uma pontuação que varia de acordo com a sua cor: amarelas (3 pontos), azuis (4), verdes (5) e vermelhas (6). Jogue a bola e tente derrubar o máximo de garrafas possíveis. Atenção: para fazer o lançamento não é permitido ultrapassar a linha traçada no chão pela professora. Cada aluno pode fazer apenas três lances. Some os pontos das garrafas que conseguiu derrubar. Ganha aquele que fizer mais pontos.
Antes de iniciar o jogo com a sala, organize as garrafas em forma de um triângulo (na base quatro garrafas, em seguida três, depois duas e, na ponta, uma garrafa - aqui seria melhor inserir um desenho) e faça uma linha com giz para indicar o local onde os alunos devem fazer o lançamento.
 
No jogo de boliche, pode-se atribuir uma pontuação única para as garrafas para trabalhar com somas sucessivas de um mesmo número e favorecer a construção de um repertório multiplicativo (por exemplo, se as garrafas valem cinco pontos e, uma criança derruba 7 garrafas, ao longo de suas tentativas, terá que somar 5+5+5+5+5+5+5 ou fazer 7x5, para calcular quantos pontos obteve).

Outra alternativa é atribuir pontos diferentes, anotados nas garrafas com etiquetas, para favorecer a construção de diferentes procedimentos aditivos (por exemplo, se o aluno tiver derrubado cinco garrafas com os seguintes pontos: 13, 17, 25, 12 e 10, pode primeiro somar todas as dezenas 10+10+20+10+10=60 e depois as unidades: 3+7 dá 10, 10+5 dá 15, 15 +2 dá17, então juntar tudo: 60+17 é igual a 77) ou fazer primeiro as somas mais fáceis ("eu sei que 3 + 7 dá 10, então 17+13 é igual a 10+10+10 que dá 30, 25 mais 2 dá 27 e mais 10 dá 37 e se somar o 10 que falta, 47, esse número mais o 30 que eu tinha achado primeiro dá 77).

Argolas:
Regra do Jogo de Argolas: Cada aluno terá três chances para encaixar cada uma das três as argolas nas garrafas. O objetivo é acertar aquelas que têm maior pontuação. Ao final, some quantos pontos fez e o registre em uma folha avulsa. Compare o resultado com o de seus colegas. Ganha quem fizer mais pontos.

Encape cada garrafa pet com uma cor (por exemplo: azul, verde, amarela, vermelha e preta) e defina um ponto para cada cor, por exemplo: azul=15, verde=25, amarela=35, vermelha=45 e preta=55). Assim como no jogo de boliche, é necessário definir um espaço para os lançamentos, então trace uma linha de giz no chão e combine que não se pode ultrapassá-la na hora de fazer os lançamentos.
 
Proponha os jogos algumas vezes, garanta que todas as crianças circulem por todos eles. Certifique-se de que todos compreenderam o funcionamento de cada um deles. Enquanto realizam a atividade, solicite que registrem os resultados em uma folha avulsa para que você possa recolher e analisar o que a turma sabe. Esse é um rico material para elaborar um portifólio e acompanhar os avanços de cada aluno ao longo da sequência.
 
Nas próximas três aulas, organize a sala em grupos de quatro crianças, agrupe aquelas que possuem repertórios de cálculo semelhante e proponha, no início de cada aula, o jogo que possibilitará que cada aluno/grupo amplie seus conhecimentos de cálculo. Escolha o jogo mais adequado às necessidades dos alunos, sempre levando em conta os resultados da avaliação diagnóstica.
 
No caso dos jogos de argolas e boliche é possível variar a pontuação atribuída às garrafas para ajustar o desafio e com isso atender necessidades de todos os alunos. Para as crianças com menor desenvoltura no cálculo, proponha números redondos ou menores (somar 10+20 é muito mais fácil que calcular 18 +15. É interessante, a principio, propor somas de unidades, para construir um repertório de resultados de adição, que funcionarão como apoio para cálculos mais complexos.
 
Além disso, é importante propor somas de números redondos, o que favorece que as crianças se baseiem em resultados conhecidos de somas de um algarismo para calcular a soma de dezenas iniciadas por eles, por exemplo: saber quanto é 4+4 ajuda a saber quanto é 40+40). Para aquelas com um amplo repertório de resultados e procedimentos de cálculo, proponha números maiores, como dezenas e centenas "quebradas", por exemplo. Observe os procedimentos que os alunos utilizam para calcular e anotar os resultados dos jogos. Anote aqueles que lhe parecer mais interessantes para elaborar situações problemas.
 
Enquanto jogam, supervisione os grupos. Sempre que necessário retome as regras dos jogos, explique porque existe a necessidade de registrar os resultados, solicite que determinada criança lhe conte como fez para calcular.  Aproveite este momento para registrar bons procedimentos de cálculo e ideias que as crianças apresentaram a seus colegas de classe. Separe algumas aulas para a socialização de bons procedimentos que a turma encontrou para "calcular rápido os resultados das partidas". Depois da discussão coletiva, anote as conclusões em num cartaz e incentive a todos a consultá-las para jogar. Solicite também que eles copiem no caderno.

2ª etapa: Aproveite suas anotações para resgatar os procedimentos mais interessantes que foram utilizados pelos alunos para propor situações problemas que explorem o contexto dos jogos para as crianças resolverem com o objetivo de tornar comum determinadas estratégias de cálculo mental, que você considera importantes para sua turma e para sistematizar os repertórios de cálculo. Também é possível colocar em discussão procedimentos equivocados.

Um erro comum entre os alunos é calcular a pontuação, usando apenas a quantidade de garrafas, desconsiderando a pontuação de cada uma delas. Caso isso ocorra, levante algumas questões, como por exemplo: É possível saber quem ganhou o jogo sabendo apenas que dois alunos acertam o mesmo número de garrafas? Se um acertou apenas as amarelas, enquanto o outro acertou uma azul e outra vermelha?

Dados
 

a) Jogando 2 vezes os dois dados, qual o maior número que se pode encontrar? E o menor?

b) A professora explicou a sua sala um jogo de dados chamado "Forme 10", em que cada participante joga dois dados, e se não tiver atingido 10, pode jogar mais um dado. Depois que todos tinham jogado e entendido o jogo, desafiou a turma a encontrar todas as formas possíveis de formar 10, com dois ou três dados. Tente, você também, resolver esse desafio.

As situações problemas que abordam o jogo de dados permitem socializar um repertório de resultados de adições de um algarismo e na sua discussão a sala pode combinar um conjunto de resultados que é importante saber de memória. 

Uma possibilidade é propor que a turma preencha uma tabela (como no exemplo abaixo) para indicar quais são os cálculos que eles já sabem fazer de memória. Com o tempo os alunos irão acrescentando colunas com outros exemplos de adição e subtração. 


 Argolas:
 
a) Antonio, Lucas, Artur e Rodrigo estavam jogando argolas juntos. Nesse jogo, as garrafas tinham a seguinte pontuação:





Antonio acertou três argolas na garrafa azul e uma na amarela.
Lucas acertou uma argola na garrafa azul, uma na verde e uma na vermelha.
Artur acertou duas argolas apenas, uma na garrafa vermelha e outra na preta.
Rodrigo acertou três argolas, todas na garrafa amarela.

Quem ganhou o jogo?

b) Com que combinação de argolas na garrafa é possível atingir 100 pontos? Há mais de uma combinação possível?

Os números escolhidos para o jogo das argolas na primeira questão permite socializar e sistematizar procedimentos para somas de números terminados em 5. No segundo item, é comum que aqueles alunos com mais dificuldade podem testar cada um dos valores das argolas até encontrar a soma que resulte em 100. É importante que o professor acompanhe como as duplas estão resolvendo e, no momento da correção, peça para eles socializarem os procedimentos utilizados. Se os alunos já dominam algumas estratégias de cálculo mental, certamente eles farão algumas antecipações, como por exemplo, somar primeiro as unidades e depois as dezenas.

Boliche
 

a) Num jogo de boliche, ficou combinado que cada garrafa valeria 9 pontos. José acertou 9 garrafas e para calcular seus pontos somou 9+9+9+9+9+9+9+9+9. Lucas disse que tinha um jeito muito mais fácil e rápido de calcular. Tente descobrir, você também, um método melhor para fazer a conta de José. Depois troque ideias com seus colegas para definirem um método que seja bom para a turma.

b) Em outro jogo, as garrafas valiam 15 pontos. Quantas garrafas são necessárias acertar para fazer 30 pontos? E 60? E 90?


Atividades como essas permitem sistematizar procedimentos para adição de parcelas iguais e introduz a possibilidade de recorrer à multiplicação para encontrar o resultado. (Por exemplo, no problema a, que pede ao aluno a busca de um procedimento mais rápido que a soma reiterada de 9 para somar 9 vezes o nove, pode trazer soluções como usar a tabuada do 9 para encontrar esse resultado, multiplicando 9x9; ou via cálculo mental, em soluções como "fazer 9x10 é simples, já sabemos que é 90. 9x9 tem um 9 a menos que 9x10, então é só tirar 9 de 90, que dá 81". O professor deve socializar as diferentes resoluções e discutir com os alunos quais são as melhores formas de encontrar aquele resultado; comentando também quais são as estratégias esperadas que os alunos dominem daquele ano. O ideal é que no 4º ano todos possam usar multiplicações em problemas como estes.

3ª etapa: Proponha às crianças que elaborem novos enunciados para trocar entre si, utilizando situações dos jogos que todos conheceram e jogaram. Trata-se de uma ótima oportunidade para você avaliar o quanto aprenderam dos jogos, os cálculos que propõem, e o que explicitam ao elaborar um enunciado de problema. Discutir os enunciados com a turma e propor situações de revisão deles é uma ótima oportunidade para que todos compreendam mais sobre a lógica por trás dos problemas e as operações que cada desafio pede.

Avaliação: Faça uma nova avaliação diagnóstica para verificar o quanto os alunos avançaram em relação ao diagnóstico inicial e o que falta para que eles alcancem os objetivos esperados.

Fonte: http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/com-boliches-dados-e-argolas-turma-aprende-fazer-calculos